sábado, dezembro 24, 2011

Este ano resolvi falar dos discos que mais gostei.

O meu critério de avaliação é muito simples, quais foram os discos que eu coloquei no meu iPod e nunca mais os apaguei.

Decidi escolher 3 discos de bandas internacionais... 

01. Torches - Foster The People
Confesso que torci um pouco o nariz quando ouvi a "Helena Beat" pela primeira vez, mas rapidamente ouvi o disco na integra e foi impossível ficar indiferente. Fiquei com a sensação que era o disco perfeito, muito bem equilibrado, onde não existia nada em excesso nem faltava absolutamente nada. Arrisco-me a dizer que é um dos melhores discos Pop de sempre. Acho que todas as canções do álbum são mesmo muito eficazes, e só espero um dia ser capaz de escrever um disco com canções tão boas e directas. Há quem não considere Pop e arrume este disco na prateleira da música alternativa, mas sinceramente por mim, "chamem-lhe o que quiserem" é um disco simplesmente perfeito.

02. Pala - Friendly Fires
Aguardei imenso por este disco, as minhas expectativas estavam mesmo muito altas e em Maio percebi que os Friendly Fires superaram-nas todas. Este disco conquista-me não só pelo claro crescimento e maturidade de uma das minhas bandas favoritas, mas pela coerência que eles conseguem manter ao longo das 11 faixas, sem nunca tornarem-se aborrecidos ou repetitivos. Cheio de teclas e guitarras que conseguem transportar-me para outras atmosferas onde posso dançar como se ninguém estivesse a olhar. Admito que o facto de ter visto de perto o concerto do Optimus Alive contribuiu para que gostasse ainda mais deste disco, mas a cima de tudo acho que é um daqueles álbuns que tem canções para todas as ocasiões.

03. Alesia - House de Racket
Quando comecei a seguir o blogue do Fábio Barbosa em meados de Agosto ouço a "Roman" pela primeira vez e a minha primeira reacção foi saltar da cadeira e perguntar "quem são estes gajos". Descubro um duo francês que faz parte da Kitsuné, trabalham com o produtor dos Phoenix e afirmam tocar musica de estádio em salas muito pequenas. As canções não são propriamente directas, não pertencem propriamente a uma Pop "convencional" mas em toda a sua disparidade têm toda a eficácia. Passou a ser o disco que mais ouvia quando ia correr no final da tarde. Ao ouvir as demos (que estão incluídas no álbum) percebo que temos processos criativos um pouco semelhantes e isso seduziu-me ainda mais. Não foi propriamente uma audição directa, foi um disco que teve de crescer e ganhar o seu espaço pois eu não estava propriamente habituado a toda a componente teatral, mas rapidamente já gostava imenso de todas as canções e estava cheio de vontade de aprender a falar francês. 

...e três discos nacionais.

01. Mt. Erikson - Iconoclasts
Em Fevereiro tive o enorme privilegio de ser presenteado com um exemplar de uma edição limitada deste disco assim que as gravações terminaram e desde então nunca mais saiu do meu iPod nem da minha cabeça. Os Iconoclasts conquistaram-me logo com o EP e este Mt. Erikson para mim foi um salto gigante para o topo da escala de crescimento, não digo isto só porque a música da banda cresceu bastante para mim, mas percebe-se claramente que a banda amadureceu bastante. Há tanto que poderia falar sobre este disco, ainda hoje quando o ouço descubro camadas novas de guitarras que surgem com tanta subtileza entre todas as outras que as sobrepõem, o bom gosto existente na forma como as linhas de baixo foram escritas, incríveis jogos de vocábulos, e uma secção rítmica mesmo impressionante. Assim que ficou disponível nas lojas fui buscar o meu exemplar. Este é para mim sem duvida o meu disco nacional de 2011.

02. Os Lacraus Encaram O Lobo - Lacraus
Alguém tinha de mostrar como é que se faz roque-enrole a serio. Este era o disco que eu estava a precisar, extremamente directo, "na cara", tocado com força e eu gosto de ouvi-lo bem alto. Assim que saiu a mixtape "Radio Lacrau" eu percebi que iria gostar imenso do disco que estava por vir pois foi tão fácil interiorizar o refrão de "Um peito em forma de bala". Fui ao concerto no musicbox em Julho e foi um dos melhores concertos de panque-roque que pude presenciar. E quando tive a oportunidade de ouvir o disco memorizo os refrões logo após a primeira audição e o primeiro pensamento que surge na minha mente é "eu preciso mesmo de ter isto no meu leitor de mp3". Hoje dou por mim nos meus ensaios a tocar as "Cabanas do tédio" e percebo que este disco dá-me imensa vontade de tocar guitarra e fazer muito barulho. A bateria também é um dos pontos fortes neste disco e isso percebe-se logo quando ouvimos "Nessa mesa sento-me de machado". A meu ver acho que este disco não está a ter a atenção que merece, mas quem ainda não ouviu é quem está a perder.

03. O Juno-60 Nunca Teve Fita - Pega Monstro
Quando eu digo que gosto imenso da musica das Pega Monstro eu não estou a gozar. Desde que fiz o download deste EP que não consigo parar de ouvir. Sei as letras todas e cheguei a fazer covers que postei no meu tumblr (mesmo à miúdo e não tenho vergonha nenhuma disso). Este é o disco que ouço sempre com o volume no máximo porque adoro quando os a guitarra consegue ranger enquanto a tarola e os pratos estalam. Muita gente não compreende como é que eu ouço isto e fico cheio de vontade de fazer Rock, eu acho que a musica das Pega Monstro ajudam-me a não esquecer de que quando eu tive a minha primeira guitarra só queria mesmo tocar alto e sentir qualquer coisa. Este é para mim o melhor EP para ouvir quando vou andar de skate à tarde e neste momento está no meu iPod e no meu segundo leitor de mp3.

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